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O inquérito esteve online entre 5 e 18 de agosto de 2020. O “Retrato do setor dos eventos” que procuramos fazer com este inquérito é um misto entre desespero e esperança. Os últimos meses não têm sido fáceis para os profissionais desta área. O inquérito que realizámos deu voz a estas pessoas, mas também aos seus desabafos, receios, tristezas e esperanças. Mais do que números, cada uma destas respostas tem uma história que merece ser escutada. Descarregue aqui o estudo, que conta com os comentários de António Marques Vidal, da APECATE, Adelaide Mocho, da Skyros Congressos e Cláudia Lopes, da MUD.E. Só me ocorre que temos que nos focar em ter mais cuidado e, desse modo, reduzir o medo. Mas já lá vou. Numa primeira análise deste estudo, salta à vista a multiplicidade de serviços que os eventos envolvem, todos profundamente afetados com a pandemia. Neste setor, as relações de trabalho são particularmente precárias e pouco formais, de onde decorre a dispensa de 30% dos recursos humanos neste período. Pior ainda quando se constata que, nos próximos tempos, os cortes nos recursos humanos são inevitáveis. Este período tem sido uma verdadeira prova de resistência para as empresas que prestam serviços para eventos. No caso da MUD.E, os investimentos controlados e uma política sólida de liquidez são a razão para estarmos a atravessar este mau momento de forma saudável e com os olhos postos no futuro. Nesta fase em que as regras para o nosso setor são ainda cinzentas e - verdade seja dita - não há atividade relevante, não me surpreende que cerca de 50% dos trabalhadores se mantenham em teletrabalho. Contudo, estou certa de que, quando houver um sinal real de retoma, é crucial voltarmos ao trabalho presencial, mesmo que em modelo misto. Só assim se pode voltar a fomentar a discussão e geração de ideias entre equipas e não desvirtuarmos a razão da nossa existência: conectar pessoas num mesmo espaço físico. Para o último quadrimestre do ano, o mais importante é reduzir, senão mesmo eliminar o medo. Substituindo-o por novos cuidados. E é esse o vetor de clarificação das regras que temos que construir e defender para a nossa atividade. Mais do que haver eventos planeados até ao fim do ano (muitas vezes cancelados à velocidade da luz) temos que nos unir e, juntamente com as entidades governamentais, mostrar ao público que pode ser seguro. Que o medo se vai apagando por novas regras e cuidados, que cumprimos as recomendações da DGS e as melhores práticas internacionais. Claro que a minha perspetiva é mais virada para o mundo empresarial. Mas vale de pouco planear eventos se o público não estiver preparado e estimulado para participar. É minha opinião de que o setor está mais preocupado com o cumprimento de burocracias do que em pensar mais à frente, e criar estratégias claras para atrair pessoas para os eventos. Sendo esta uma variável tão difícil de mudar, acredito piamente que o nosso esforço tem que se concentrar em incentivar o público a estar “presente em pessoa”. Com mais cuidado, mas menos medo. Publicado na Event Point, 27-08-2020
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